quinta-feira, 26 de março de 2009

I Seminário de Pesquisa do Curso de Pedagogia

No sábado próximo teremos um evento de socialização e divulgação das Pesquisas desenvolvidas no Programa de Iniciação Científica da Estácio. Colocamos abaixo a programação completa para quem se interessar. A apresentação do grupo do PIC está marcada em cor diferente.
Tema: A Pesquisa no Curso de Pedagogia: Desafios e Possibilidades

28 de março de 2009 -8 às 14 h- Campus Nova América

OBJETIVOS:

  • Promover debate sobre os desafios e possibilidades da pesquisa como um dos eixos do Curso de Pedagogia, na perspectiva de formação do professor/pedagogo pesquisador.

  • Socializar as pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa de Iniciação Científica do Curso de Pedagogia no ano de 2008.

  • Possibilitar o encontro entre os professores de Pesquisa e Prática em Educação do Curso de Pedagogia da UNESA, tendo em vista a socialização de experiências e a análise/revisão das ementas e programas.

PROGRAMA:

8h: Abertura: Prof. Dr. Luiz Fernando Sangenis

8:30h – 10h: Conferência de abertura:

Coordenação: Prof. Drª Giseli Cruz – UFRJ

Conferencista: Prof. Drª Menga Ludke – PUC/RJ

10h – 11:30h: MESAS-REDONDAS: Socialização das pesquisas desenvolvidas no Programa de Iniciação Científica - 2008

Mesa 1:

A escrita da monografia como estratégia e instrumento de Pesquisa no curso de Pedagogia - Prof. Ana Valéria de Figueiredo

Formação e Trabalho docente: representações sociais de alunos e professores - Prof. Helenice Maia

Diagnóstico do perfil do aluno de Pedagogia em Cabo Frio (conhecer melhor para propor caminhos estrategicos inteligentes) - Prof. José Roberto S. Lima

Mesa 2:

Políticas de educação profissional de Jovens e adultos: uma análise das concepções pedagógicas presentes nas ações educativas desenvolvidas pelas instituições executoras do Programa Projovem Trabalhador - Prof. Beatriz Pinheiro

Um olhar sobre o trabalho infantil nas escolas públicas municipais de Nova Iguaçu - Prof. Luciene Dias Rodrigues

Processos pedagógicos desenvolvidos em escolas públicas com alunos com necessidades educacionais especiais - Prof. Marilena Viana

Mesa 3:

Construção e análise intergerativa do conceito de leitura em distintos espaços de formação - Prof. Sandra La Cava e Prof. Adriana Hoffmann Fernandes

Espiritismo, educação e a formação do homem ético na segunda metade do século XIX (1857-1907) - Prof. Mário Danner

Interdisciplinaridade e múltiplas inteligencias - prof Ana Maria Mônica

11:30h – 12h: Intervalo

12h – 14h: Grupos de trabalho: Discussão das ementas e programas de PPE.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O ler e contar histórias... na prisão...

Através do blog Bibliofilmes tivemos conhecimento do vídeo de uma Oficina de Literatura realizada por Luiz Alberto Mendes, do Instituto EcoFuturo, no ano de 2007, numa cadeia brasileira. Luiz Mendes, o protagonista do vídeo, entrou semi-analfabeto na prisão com 17 anos e saiu de lá 32 anos mais tarde na pele de um escritor consagrado com livros editados pela Companhia das Letras tendo sido inclusive indicado ao Prêmio Jabuti.
O vídeo que vocês viram é de autoria de Raimo Benedetti. E então, o que pensaram a partir dele?
Fontes:
Site do Instituto Eco futuro: http://www.ecofuturo.org.br/
Blog Bibliofilmes: http://bibliofilmes.blogspot.com/

quinta-feira, 19 de março de 2009

Os contadores circulares por André Aguiar

Assim como na postagem anterior falamos de galos tecedores das leituras trazemos nesse momento um conto de André Aguiar que nos faz pensar um pouco sobre os espaços em que as leituras e histórias não são compartilhadas e os espaços em que elas permanecem vivas no criar, contar e recontar histórias. Em nosso grupo do PIC procuramos sempre pensar sobre isso.
Na cidade de Pândegas vivem os contadores de histórias. Vieram em caravanas e se instalaram de forma desordenada. Construíram cada parte da cidade de uma forma muito peculiar: no meio de conversas, contando histórias sobre a origem de cada recanto, como se o chão em que pisavam cobrisse uma cidade anterior. E assim, Pândegas, mesmo feita às pressas, ganhou a cor histórica, aceitando nos seus anais tanto reinados sanguinários quando períodos de paz.
Pândegas, séculos depois, passou a exportar histórias. Mesmo que cada habitante, do prefeito ao limpador de chaminés, sofressem do chamado bloqueio durante um tempo, chegava alguém com algum fato tão interessante que imediatamente a história ficava registrada na excelente memória dos pândegos. O comércio incluía não só contadores de histórias, mas revisores para que as histórias fossem impressas em rolos e pergaminhos, acomodadas no imenso galpão e posteriormente exportadas. Foram também contratados tradutores, adaptadores, roteiristas, críticos e organizadores de antologias.
Pândegas também ficou conhecida pelos seus piratas de terra firme, que atravessavam grandes distâncias e, disfarçados de mercadores ou meros turistas, recolhiam as histórias de outras cidades, dos portos e das docas, e com a carga guardada na memória (todo pândego tem uma memória avassaladora) faziam o percurso original e depositavam nos ouvidos dos escribas tudo o que foi recolhido.
O problema, conhecido apenas pelos mais temerosos da crise financeira, arruinando o comércio dessas histórias, é que os piratas não achavam exatamente cidades, mas ermos, despovoados, encostas íngremes que impediam de chegar a alguma civilização. Daí, cansados, montavam acampamento e ao redor de fogueiras, inventavam possíveis cidades com características próprias, jeito de viver, proliferação de pragas e, com muito debulhar, as histórias nascidas disso. Também não eram tão pródigos na memória, então desenvolveram uma linguagem de objetos: recolhiam na estrada ora galhos, pedras, flores, borboletas ressequidas e segundo uma disposição nos alforjes, construíam o enredo das lendas, a cor dos provérbios, a brasa do humor.
Pândegas era uma civilização terminal. Não se sabe se sofreu com o peso das histórias, mas por ter sido construída em terreno instável, dobrou-se sobre o seu epicentro e literalmente foi fechada como um livro, deixando como vestígio uma capa de poeira, escombros e cinzas.
André Ricardo Aguiar, clube do conto

Fonte: http://clubedoconto.blogspot.com/search/label/Conto acesso em março de 2009

segunda-feira, 16 de março de 2009

Da leitura solitária à leitura solidária...

Já aproveitando a "deixa" de Eliana em sua entrevista, trazemos agora um pouco dessa passagem da leitura solitária à leitura solidária... Uma prática que pode ocorrer nas leituras dos diversos suportes aos quais temos acesso: filmes, livros, internet entre outros mais. Assim como um galo sozinho não tece uma manhã, um leitor sozinho não tece uma leitura... Precisará ele de muitos outros leitores, cada qual com suas leituras que compartilhadas, tecerão e entretecerão novos olhares e novas "manhãs".
Vejam o vídeo de animação que se inspira na bela poesia "Tecendo a manhã" de João Cabral de Melo Neto. Não somos nós, leitores, como esses galos tecedores de amanheceres??

sexta-feira, 13 de março de 2009

Entrevista com Eliana Yunes (trecho 2)

Mais um pouco da entrevista para vocês...
SESC-Rio: Como poderíamos desmistificar a questão da literatura, da “alta literatura”, nas ações de incentivo à leitura de modo que, outros textos, outras linguagens, possam também ser consideradas, utilizadas e incentivadas?
ELIANA: O que precisa ser desmistificado a meu ver não é a literatura popular ou erudita, oral ou clássica – e o preconceito vai de um a outro lado. O que urge transformar é o modo de apresentação e de convívio com a linguagem literária: ela é um dos suportes mais fortes da experiência humana acumulada nas práticas culturais de diferentes tradições e tem sido mantida prisioneira de um saber muito específico, acadêmico, que tem seu valor, obviamente, mas não pode/deve impedir que a literatura seja consumida com interesse e disponibilizada para interação múltiplas. Como o cinema e as mídias (digitais ou não) foram ofertadas à recepção sem teorias prévias, o acesso aos públicos perdeu as barreiras de controle. Contudo estas linguagens se sofisticaram e tem uma leitura cada vez mais exigente de reflexão, debate, associações.
Assim, qualquer programa de incentivo à leitura, como prática cultural, demanda de qualquer suporte e de qualquer linguagem uma forte disseminação em exercícios de compartilhamento, com mediadores despojados que saibam provocar o fascínio da interação proposta pelas formas culturais e artísticas. A questão é passar da leitura solitária para a leitura solidária do livro à tela.
SESC-Rio: Como acadêmica e pesquisadora da literatura e das linguagens, que críticas você faz às pesquisas de leitura?
ELIANA: As pesquisas de leitura, dentro e fora da academia, dependem de ampla divulgação e debate. O problema está nas interpretações dos dados, nas leituras que se fazem, cruzando ou não as informações que podem revelar distorções nos resultados apresentados. O brasileiro certamente lê ainda que pouco, mas o quê? Não se trata de discutir Paulo Coelho mas tudo o mais: as revistas, programações de TV, seus horários de disponibilização de cultura e informação, o preço do cinema, do livro, do teatro, a oferta de eventos e o acesso às bibliotecas, midiatecas, espaços culturais. Hoje o tecido cultural é muito rico e complexo; ninguém é culto ou cultivado porque sabe ‘só” literatura. O livro na escola é muito mal tratado. Na vida familiar, objeto de luxo ou supérfluo. Os resultados de pesquisa meramente quantitativos escondem realidades que demandariam mudanças profundas na disseminação das práticas de leitura.
Fonte: Livro, leitura, literatura... Eliana - Entrevista realizada com Eliana Yunes. Revista do SESC-Rio, ano 1, n° 5, novembro de 2008.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Entrevista com Eliana Yunes – conversando sobre leitura... (trecho 1)

Trazemos um trecho de uma entrevista concedida pela prof Eliana Yunes à revista do SESC-Rio por ocasião do Simpósio de Contadores de histórias. Eliana Yunes é professora da PUC-Rio, pesquisadora renomada na área de leitura e uma das coordenadoras da Cátedra de Leitura da UNESCO.

A que você atribui que, em pleno século XX, o conceito de leitura, na maioria dos casos, fique restrito, exclusivamente aos livros e à escrita?

A tradição da escrita é fundadora da cultura ocidental a partir do médio oriente onde emergiram os “povos do livro”, para os quais a palavra sagrada, graficamente registrada, tornou-se ícone de poder também temporal. Com isto a escrita passou a signo controlado pela capacidade de decifração, dependente de intérpretes autorizados, o que tornou a leitura uma to cercado de regras e cuidados próprios com a “verdade” dos sentidos. A capacidade de leitura existente anterior à escrita, leitura de mundo, “dos sinais dos tempos”, dos acontecimentos, traduzidas em formas orais, ainda que consolidadas pelos costumes, perderam a sua força. A imagem teve sua expressão narrativa reduzida a uma cena – ver nos museus o apogeu da pintura nos séculos pós-renascentistas é somente com a emergência de novos suportes, a criação de novas linguagens –cinema, TV, outras mídias no século passado, -atentou-se para a necessidade de formar leitores para estes modos de narratividade que já estivera presente na oralidade dos povos ágrafos.

Depois o mundo contemporâneo não deu conta de alfabetizar para a construção dos sentidos e com isto tornou o peso da leitura mais atrelado ainda ao livro, tido como suporte de transmissão do conhecimento efetivamente válido e universal.

Você considera a televisão “inimiga” da leitura, como muitos afirmam? Com o avanço das novas mídias, principalmente no mundo virtual, a tendência é a de que o livro, fisicamente falando, desapareça?

São duas perguntas, mas elas de fato, têm conexão: a TV com certeza redistribuiu o tempo de “lazer” e ampliou o circuito de informação. Mas há um tempo para cada coisa debaixo dos céus ,diz Eclesiastes. Trata-se de como a vida doméstica valoriza e usa os meios de formação e informação. O cinema não morreu com a TV, nem vai morrer com o DVD. A fotografia não matou a pintura, nem a gravura. A leitura interage com todos estes suportes e linguagens e o livro não vai desaparecer, nem frente ao e-book; os pergaminhos e rolos (hoje desenrolamos textos na internet) passaram a cadernos e brochuras sem que bibliotecas desaparecessem. Não é para temer novas modalidades de comunicação. O que interessa é a narrativa, a literatura, o texto, esteja onde estiver, pois é o pensamento e o sentido, a linguagem, que nos faz humanos.

Fonte: Livro, leitura, literatura... Eliana - Entrevista realizada com Eliana Yunes. Revista do SESC-Rio, ano 1, n° 5, novembro de 2008.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Convite e notícias sobre publicação

Conforme relatado em postagens anteriores no ano passado, o grupo do PIC participou da Semana Paulo Freire na UFRRJ fazendo uma oficina sobre as narrativas na formação do professor-leitor já que nosso público nesse seminário era, predominantemente, de professores e estudantes de Pedagogia. A partir dessa proposta fomos convidadas a escrever um artigo relatando a experiência e apresentando as bases de nosso projeto de iniciação científica para publicação no livro que a UFRRJ está organizando sobre o evento.
Informamos que o artigo está pronto, foi enviado para publicação e, logo que tivermos notícia a respeito da finalização da publicação, avisamos e informaremos as referências completas do trabalho para todos poderem ter acesso.
Equipe do PIC

sexta-feira, 6 de março de 2009

A memória segundo o mito

A partir das discussões anteriores temos agora a contribuição de Gian que traz informações interessantes a respeito do mito e escolhe falar em especial sobre o mito que se refere à memória, um aspecto que também faz parte de nossas leituras e discussões no PIC.

Devido à nossa proximidade cultural com as antigas culturas grega e romana, escolhi trazer para o blog a apresentação do mito de Mnemosyne ou Mnemósine (a memória personificada). Trago para esse texto a apresentação da pesquisa “O Lugar Mítico da Memória” realizada pela professora da UNIRIO Cláudia Cerqueira do Rosário.Claudia Cerqueira (2002) afirma que segundo a Teogonia (conjunto de deuses que formam a mitologia de um povo) de Hesíodo, Mnemósine é filha de Urano (Céu) e Gaia (Terra) sendo que essa deusa habitava a Piéria, região da Macedônia. Seu nome, segundo a autora, é oriundo da palavra grega mimnéskein, que significa “lembrar-se de”.

Mas, segundo a pesquisa de Rosário, o mito nos diz mais. Ele nos diz que um dos Titãs, Cronos, depois de destronar o pai despótico e instaurar um governo ainda mais despótico, é por sua vez destronado por seu filho Zeus num terrível combate. Para celebrar, Zeus une-se durante nove noites consecutivas à Mnemosyne, e desta união nascem nove filhas, as cantoras divinas que tinham por função primeira presidir as diversas formas do pensamento: sabedoria, eloqüência, persuasão, história, matemática, astronomia. São as nove Musas e a palavra grega que as designa, como assinala Junito Brandão (apud Rosário, 2002), talvez se relacione a um termo que significaria "fixar o espírito sobre uma idéia, uma arte".

Como assinala Torrano (apud Rosário, 2002):

É o dom de Mnemósine: conduzindo o côro das Musas, confundindo-se mesmo com elas, que preside a função poética. A Grécia arcaica da mesma forma que diviniza a função psicológica da Memória, diviniza a possibilidade de suas funções: a poesia é uma espécie de possessão pelas Musas, de delírio divino que toma o poeta e o transforma no intérprete de Mnemósine, daquela que tudo sabe, e como nos canta Hesíodo "inspiraram-me um canto divino para que eu gloreie o futuro e o passado.

É através da audição deste canto que o homem comum podia romper os estreitos limites de suas possibilidades físicas de movimento e visão, transcender suas fronteiras geográficas e temporais, que de outro modo permaneceriam infranqueáveis, e entrar em contato e contemplar figuras, fatos e mundos que pelo poder do canto se tornam audíveis, visíveis e presentes. O poeta, portanto, tem na palavra cantada o poder de ultrapassar e superar todos os bloqueios e distâncias espaciais e temporais, um poder que lhe é conferido pela Memória (Mnemosine) através das palavras cantadas (Musas).

E como a memória afeta vocês? O que mais chama a atenção à sua memória? Que coisas ficam mais tempo guardadas em sua lembrança?

Giancarlo Kind Smith

Fontes:

ROSARIO, Claudia Cerqueira do. O lugar mítico da memória. Morpheus - Revista Eletrônica em Ciências Humanas - Ano 01, número 01, 200. Disponível em http://www.unirio.br/morpheusonline/Numero01-2000/claudiarosario.htm

Referências trazidas pela autora do estudo apresentado:

HESÍODO. Teogonia, A Origem dos Deuses. Estudo e tradução de Jaa Torrano, São Paulo: Iluminuras, 1992.

BRANDÃO, Junito. Mitologia Grega. vol. I, Petrópolis: Ed. Vozes, 1994, p.202-3.

TORRANO, Jaa. O Sentido de Zeus, São Paulo: Iluminuras, 1996, p. 25.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O que é um mito?

A partir do mito de Orfeu que apresentamos brevemente em postagem anterior trazemos agora uma discussão sobre o que é um mito. Os mitos fazem parte das muitas narrativas que ouvimos desde a infância mas que nem sempre reconhecemos como mitológicas. Eles têm sua origem na Grécia e falam muito de nossas vidas.
Victor D. Salis (on-line) fala do mito como sabedoria da arte de viver e amar. Segundo este autor os mitos falam de coisas que nos dizem respeito e parecem responder a tantas perguntas que temos sobre o mistério de existir. Muitas vezes não parece que quando conhecemos um mito, “já o sabíamos sem saber”? O mito, como ressalta Victor, soa-nos tão familiar e, principalmente, toca o coração – se, de acordo com o autor, nosso realismo permitir e não exigir que o descartemos como bobagem ou simples mentira (afinal, mito é seu sinônimo).
Segundo Danilo Marcondes (2002) o pensamento mítico consiste na forma pela qual um povo explica a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos. O mito caracteriza-se, sobretudo pelo modo como estas explicações são dadas. Assim, o próprio termo grego mythos significa um tipo bastante especial de discurso, o discurso fictício ou imaginário.
Sendo parte de uma tradição cultural, Marcondes lembra que o mito configura assim a própria visão de mundo dos indivíduos, a sua maneira mesmo de vivenciar uma determinada realidade. Por isso tudo, o pensamento mítico pressupõe a adesão, a aceitação dos indivíduos, na medida em que constitui a sua experiência de entendimento de mundo. O mito não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao questionamento, à crítica ou à correção. Não há discussão do mito porque ele constitui a própria visão de mundo dos indivíduos pertencentes a uma determinada sociedade numa época tendo, portanto, um caráter global.
Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é esse apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. Nos mitos, as causas dos fenômenos naturais e do que acontece aos homens são governadas por uma realidade exterior ao mundo humano e natural: algo superior, misterioso, divino, que somente os sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de interpretar.
Quem quiser buscar mais para discutir sobre o assunto entre no site Universidade falada e ouça o trecho falado do autor do áudio-livro “ABC da mitologia uma noite com os mitos” de Viktor D. Salis.
Outra dica também é o blog do Laboratório de Filosofia da UFMG que traz vários materiais interessantes inclusive com resumos de vários mitos como Pandora, Eros e Psique, entre outros.
O que esta reflexão os fez pensar? Porque tratar desse tema em nosso projeto de Pesquisa?
Adriana Hoffmann
Referências
Livros:
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História de Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgensteisn. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
Sites:
http://www.universidadefalada.com.br
http://www.fafich.ufmg.br