tag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post7041111881409819170..comments2023-10-20T11:50:08.558-03:00Comments on LEITURA E FORMAÇÃO: Ficção e realidade se [con]fundem por Silvia Beatrix TkotzProposta do BLOGhttp://www.blogger.com/profile/10127904491781076742noreply@blogger.comBlogger14125tag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-17916863402279959322009-09-28T14:07:04.739-03:002009-09-28T14:07:04.739-03:00Passei por aqui, Adrianne. Gostei muito do blog e ...Passei por aqui, Adrianne. Gostei muito do blog e de alguns textos que li.<br /><br />Abraço.Eduardo Lara Resendehttps://www.blogger.com/profile/14561932744589887203noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-59582915979311231592009-03-19T10:46:00.000-03:002009-03-19T10:46:00.000-03:00Este comentário foi removido por um administrador do blog.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-1350367145249695252009-02-05T18:46:00.000-02:002009-02-05T18:46:00.000-02:00Márcio, quero lhe apresentar Norman. Veja o que el...Márcio, quero lhe apresentar Norman. Veja o que ele lhe diz:<BR/> – O discurso é uma prática, não apenas de representação do mundo, mas de significação do mundo, constituindo e construindo um mundo em significados. (FAIRCLOUGH, 2001:90-1)<BR/><BR/>Monique, amei você por ter-me apresentado a Paulo. O texto dele é um espetáculo!!! Não posso deixar de dizer que para além de “As palavras revela[re]m a realidade existente e a realidade de cada um”, as palavras criam realidades. Especialmente se estas palavras forem mágicas! “Abracadabra!”<BR/><BR/>E, você, Adriana, fez-me o maior elogio. Desde minha dissertação, um dos desafios ao qual me lancei é o de escrever “gostoso de ler, falando de coisas profundas sem ser "duro" demais”.<BR/><BR/>A partir do que me disse, preciso apresentar-lhes uma amiga especial, Nilda, pois muito me inspira e muito a admiro:<BR/><BR/>– Entendo que é preciso uma outra escrita para além da já aprendida. [...] Para comunicar novas preocupações, novos problemas, novos fatos e novos achados é indispensável uma nova maneira de escrever, que remete a mudanças muito mais profundas. (2001:29; 15-6).<BR/><BR/>Como você, Adrianne Ogêda, gosta de trivialidades, provavelmente se encantou ou se encantará com Michel, um amigo que fala sobre “A invenção do cotidiano” (Certeau, 1994).<BR/><BR/>E, você, Paulo Mendes Pinto, deixou de ser “citado pela Monique” para comparecer “vivinho” na conversa. Que máximo! Norman se animou com sua fala!<BR/> <BR/>– Algumas das categorias no quadro de análise textual [...] são orientadas aparentemente para formas lingüísticas, enquanto outras são orientadas aparentemente para os sentidos. Entretanto, tal distinção é ilusória, porque ao se analisarem textos sempre se examinam simultaneamente questões de forma e questões de significado (FAIRCLOUGH, 2001:108).<BR/><BR/>Meu filho, lendo o seu texto junto comigo, sugeriu-me ler algo sobre os poemas épicos e os poemas históricos da antiga Grécia. Vou seguir a dica dele e volto para a conversa!<BR/><BR/>Giancarlo, deixe-me apresentar uma pessoa: Jacques é um amigo que não pode faltar em nossa conversa. Talvez já o conheça... Já que você traz a questão da narrativa:<BR/><BR/>– Quais são os vínculos entre a História na qual estamos “embarcados” e as histórias contadas (ou desconstruídas) pelas artes narrativas? E como compreender que os enunciados poéticos ou literários “ganham corpo”, que tenham efeitos reais, ao invés de serem reflexos do real? (Rancière, 2005, p.52).<BR/><BR/>Você colocou mais lenha na fogueira de nossa conversa, heim?<BR/><BR/>Para "conversar mais:<BR/><BR/>ALVES, N. Decifrando o pergaminho: o cotidiano das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: ALVES, N. e OLIVEIRA, I. B. de (Orgs.). Pesquisa no/do cotidiano das escolas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.<BR/><BR/>CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.<BR/><BR/>FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Editora da UnB, 2001.<BR/><BR/>RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO experimental org.: Ed. 34, 2005.Silvia Tkotzhttps://www.blogger.com/profile/14111813850132478142noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-88377608234265607242009-02-05T00:01:00.000-02:002009-02-05T00:01:00.000-02:00Amo narrativas; sem elas, o mundo literário seria ...Amo narrativas; sem elas, o mundo literário seria uma via sem descobertas. O prazer de ler um texto "experiencial", ajuda (pelo menos para mim) a aperfeiçoar a capacidade de simbolizarmos nossa própria vida. Uma narrativa é, antes de tudo, uma forma de enxertar na mente imagens simbólicas significativas do universo de outrém.<BR/>Abraços!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-48763209283750370032009-02-04T11:23:00.000-02:002009-02-04T11:23:00.000-02:00Muito boa sua reflexão, Paulo!Muito prazer em conh...Muito boa sua reflexão, Paulo!<BR/>Muito prazer em conhecê-lo! Apareça de vez em quando trazendo contribuições valiosas como essa. Logo que vi que é um estudioso pesquisador.Você é professor da Universidade Lusófona em Lisboa? Quem nos indicou para você?<BR/>Fico muito feliz que tenha nos conhecido. Que possamos estabelecer outras trocas valiosas!<BR/>Beijos,<BR/>AdrianaAdrihttps://www.blogger.com/profile/15882552744367787589noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-21152817926693879712009-02-03T22:19:00.000-02:002009-02-03T22:19:00.000-02:00Olá a todos,Vim para a este blog por indicação de ...Olá a todos,<BR/>Vim para a este blog por indicação de um amigo. Gostei bastante do que li. Ando pelas mitologias antigas onde as questões da relação entre a realidade e a ficção são o centro de tudo. <BR/>Perante um mito, o que é ficção e o que é realiadde? E a que tipo de realiadde podemos chegar através dessa ficção, por vezes a única porta que temos para sociedades inteiras?...<BR/>Indo ao título desta discussão, a nossa lógia cartesiana diz-nos que a ficção e a relidade se CONfundem, mas, na origem ,elas se fundem, apenas, se completam. No fundo, no limite da interpretação, são uma outra lógica, outra linguagem.<BR/>Portanto, onde ficamos? <BR/>É interessante recordar sempre que a nossa leitura é sempre por imagens, por fotografias. Aprendemos a ler pelas letras, mas passamos rapidamente para o reconhecimento visual do conjunto... ninguém lê soletrando as letras. da mesma forma, quando lemos um texto, damos às palavras o significado que esperamos que elas tenham. Muitas vezes, esse significado, ou a sua intensidade, é diferente da que o autor lhe quis colocar. Mas é essa a liberdade do Leitor, e o risco do Autor.<BR/>Abraço a todos,<BR/>Paulo Mendes PintoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-31887021340497256202009-02-03T18:06:00.000-02:002009-02-03T18:06:00.000-02:00Sílvia,Você está sempre convidada a aparecer e pub...Sílvia,<BR/>Você está sempre convidada a aparecer e publicar suas idéias para discutir conosco! Venha nos fazer uma visita nas reuniões do PIC quando retornarmos...<BR/>Beijos,<BR/>AdrianaAdrihttps://www.blogger.com/profile/15882552744367787589noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-14447071777480623722009-02-01T00:33:00.000-02:002009-02-01T00:33:00.000-02:00Márcio, esta questão da imagem me foi suscitada le...Márcio, esta questão da imagem me foi suscitada lendo sua resposta. Monique, carinhosamente, trouxe Paulo Mendes Pinto para conversar com a gente. Que espetáculo! E a conversa se expandiu para outro blog com a chegada da Adrianne. Vou precisar ler cada uma das respostas com mais atenção e volto a conversar, tá? Obrigada, Adriana, pelo convite!Silvia Tkotzhttps://www.blogger.com/profile/14111813850132478142noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-64323630192006676152009-02-01T00:18:00.000-02:002009-02-01T00:18:00.000-02:00Oi, pessoas queridas! Estou amando ver esta conver...Oi, pessoas queridas! Estou amando ver esta conversa começar a esquentar.Tentei postar uma imagem, mas não foi possível em comentários. Uma pena. Mas, deixo a referência. Um passeio pelo "google imagens" os levará até René Magritte - "Isto não é um cachimbo". Espero que esta imagem possa "entrar" na continuidade deste diálogo.Silvia Tkotzhttps://www.blogger.com/profile/14111813850132478142noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-27979374416598029522009-01-31T19:12:00.000-02:002009-01-31T19:12:00.000-02:00Obrigada querida Drika!!Entrei no seu Blog e també...Obrigada querida Drika!!<BR/>Entrei no seu Blog e também gostei bastante! Obrigada por ter indicado nosso BLOG dentro do seu,viu?<BR/>Beijos,<BR/>AdrianaAdrihttps://www.blogger.com/profile/15882552744367787589noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-5187170912530043292009-01-31T11:46:00.000-02:002009-01-31T11:46:00.000-02:00Voltei a "remexer" nesse Blog que vcs estão constr...Voltei a "remexer" nesse Blog que vcs estão construindo com tanto investimento! Muito legal! <BR/>Ando fuxincando esse universo dos blogueiros e encontrado algumas preciosidades, sobretudo no campo da leitura, literatura e cinema,minhas paixões. Comecei um blog despretencioso, para comentar o que ando lendo, vendo e ouvindo. <BR/>Volto em breve!Drikahttps://www.blogger.com/profile/03367026601026782036noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-66836271244519181262009-01-29T20:15:00.000-02:002009-01-29T20:15:00.000-02:00Oi Silvia,Se texto ficou gostoso de ler, falando d...Oi Silvia,<BR/><BR/>Se texto ficou gostoso de ler, falando de coisas profundas sem ser "duro" demais para o espaço de um BLOG. Parabéns! Apareça aqui para dialogar com seus leitores! Eles estão empolgados! Escreveram bastante...<BR/>Beijos,<BR/>AdrianaAdrihttps://www.blogger.com/profile/15882552744367787589noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-91527796397623783902009-01-28T15:02:00.000-02:002009-01-28T15:02:00.000-02:00Olá, Silvia...bem, vou entrar nessa conversa com u...Olá, Silvia...<BR/>bem, vou entrar nessa conversa com uma contribuição de um texto que achei muito interessante sobre a palavra... sobre designar as coisas existentes e fazer desse "designar" a essência e fruto de nosso discurso, sendo para falar "verdades", argumentar ou somente inventar histórias que vivem como "macaquinhos no sótão" do nosso eu.<BR/><BR/><BR/>___________________________________<BR/><BR/>NOMEAÇÃO E INDIVIDUALIDADE<BR/>Paulo Mendes Pinto<BR/><BR/>"Cipriano Algor afastou-se em direcção ao forno, ia murmurando, como uma cantilena sem significado, Marta, Marçal, Isaura, Achado, depois por ordem diferente, Marçal, Isaura, Achado, Marta, e outra ainda, Isaura, Marta, Achado, Marçal, e outra, Achado, Marçal, Marta, Isaura, enfim juntou-lhes o seu próprio nome, Cipriano, Cipriano, Cipriano, repetiu-o até perder a conta das vezes, até sentir que uma vertigem o lançava para fora de si mesmo, até deixar de compreender o sentido do que estava a dizer, então pronunciou a palavra forno, a palavra alpendre, a palavra barro, a palavra amoreira, a palavra eira, a palavra lanterna, a palavra terra, a palavra lenha, a palavra porta, a palavra cama, a palavra cemitério, a palavra asa, a palavra cântaro, a palavra furgoneta, a palavra água, a palavra olaria, a palavra erva, a palavra casa, a palavra fogo, a palavra cão, a palavra mulher, a palavra homem, a palavra, a palavra, e todas as coisas deste mundo, as nomeadas e as não nomeadas, as conhecidas e as secretas, as visíveis e as invisíveis, como um bando de aves que se cansasse de voar e descesse das nuvens, foram pousando pouco a pouco nos seus lugares, preenchendo as ausências e reordenando os sentidos". José Saramago, A Caverna, pp. 126-127 <BR/><BR/><BR/>1. O que é um nome? <BR/>(da Antiguidade aos dias de hoje) <BR/>1.1. A «Realidade» e a «Verdade»<BR/><BR/>Tal como José Saramago, já deus e Adão tinham tido a mesma necessidade de fazer corresponder cada coisa a sua respectivo nome, reorganizando o caos.<BR/><BR/>De facto, e voltando ao dito deus e ao dito Adão, não há conclusão da criação divina sem uma componente de nomeação do todo ou das partes. <BR/><BR/>No Génesis a situação é totalmente esclarecedora a respeito do peso que a nomeação tem no todo da criação: ela é o seu motor. Deus disse […] é a chave que por sete vezes é usada na narrativa de Gen 1[1]. Tão simples e tão avassalador quanto isto – disse e aconteceu. <BR/><BR/>É, de facto, pela palavra que Yahweh cria o seu cosmos na narrativa bíblica. Tal como é também pela palavra que é ordenado o mundo dos seres em que o Homem se integra. <BR/><BR/>Ora, em Gen 2, nomeadamente 19-20, a palavra / a nomeação é a consignação da efectiva existência das coisas. Só depois de devidamente nomeados é que os seres são objecto de conhecimento – vejamos que é pela atribuição do nome que Adão e deus percebem que nenhum desses seres pode vir a ser a companheira do primeiro e solitário homem. <BR/><BR/>Vejamos a fonte, Gen 2, 19-20: <BR/><BR/>Então, o Senhor Deus, após ter formado da terra todos os animais dos campos e todas as aves dos céus, conduziu-os até junto do homem, a fim de verificar como ele os chamaria, para que todos os seres vivos fossem conhecidos pelos nomes que o homem lhes desse. O homem designou com nomes todos os animais domésticos, todas as aves dos céus e todos os animais ferozes; contudo, não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. [2]<BR/><BR/>De facto, os seres já tinham sido criados, mas havia uma clara incapacidade de os tornar objecto de conhecimento, de os perceptar. <BR/><BR/>Neste sentido, quem cria? Sem a nomeação de Adão … nada feito! <BR/><BR/>Mas já muito antes deste deus, ainda não maiusculado, alguns deuses egípcios tinham integrada na sua teologia esta formidável construção intelectual: a criação não está completa sem que se dê a sua última parte, a nomeação do que fora criado. <BR/><BR/>Na cosmogonia de Amon, no Papiro de Berlim, o peso da palavra nomeativa na economia da criação é claro:<BR/><BR/>Tu és o deus que veio à existência pela primeira vez, <BR/>Quando nenhum deus tinha vindo à existência, <BR/>Quando não tinha ainda sido nomeado o nome de coisa nenhuma.[3]<BR/><BR/>Isto é, a ainda não nomeação das coisas é marcador, pelo menos para o(s) sacerdote(s) que terá escrito este poema, de uma fase recuada e inicial da criação, que, por si só é suficiente para mostrar a anterioridade do deus louvado. <BR/><BR/>Também a grande glorificação a Marduk, o Enuma elish, dá um peso bastante grande ao acto de criação pela palavra:<BR/><BR/><BR/>Quando lá no alto<BR/>O céu não tinha ainda sido nomeado<BR/>E quando aqui em baixo a terra fechada<BR/>Não tinha sido chamada por um nome [4] <BR/><BR/>Muitos outros mitos antigos poderiam ilustrar este raciocínio, recuando até aos textos sumérios. <BR/><BR/>Assim, surge uma inevitável questão: será que existe a dita criação? Ou devemos falar de identificação e, acima de tudo, de individualização? Criar é transportar para a uma dimensão de percepção, ser capaz de formular pensamento sobre um determinado material,, como se viu no caso de deus e de Adão. Dar um nome, usar um nome, é ter uma atitude de cognição que vai da identificação à individualização. <BR/><BR/>Tudo o que existe num patamar de possível cognição tem, inevitável e naturalmente, nome. É o que podemos designar pelo postulado d’ «a necessidade de ter nome». <BR/><BR/>Noutro sentido, a criação pela palavra tem na verbalização primeira apenas a sua exteriorização que corresponde a um circuito linear entre pensamento e desejo e, por último, a efectivação na palavra criadora. <BR/><BR/>A teologia do deus Ptah é clara neste sentido: <BR/><BR/>Surgiu efectivamente toda a palavra de deus através do que foi pensado pelo coração e ordenado pela língua.[5]<BR/><BR/><BR/>Pelo Papiro de Leiden outra variante da mesma forma encontramos, desta vez dando maior peso à relação entre o pensamento e a nomeação: <BR/><BR/>Pensamento criador é o seu coração, <BR/>Palavra criadora os seus lábios! [6]<BR/><BR/>Desta forma, a realidade será, então, o que fora criado e, mais interessante, aquilo que fora desejado, pretendido. <BR/><BR/>Desde Platão e Aristóteles que a questão da nomeação surge no pensamento filosófico centrada, para estes autores, no problema da verdade. Herdeiros desta linha, habituá-mo-nos a identificar verdade com realidade. No limite do nosso pensamento cartesiano, a ciência é a busca da verdade através do estudo da realidade. <BR/><BR/>Esta relação entre «realidade» e «verdade» é inevitável. <BR/><BR/>Podemos dizer que o nomear está no campo da própria identificação do ser, ou melhor, da criação do ser, da visão do ser enquanto (uma) realidade. <BR/><BR/>Assim, um signo é como que, nas palavras de O. Goldwasser, um object of thought[7]; ou ainda, este objecto de pensamento, de compreensão, de consciência e de conhecimento, é, na expressão de Derrida, uma graphic rhetoric[8]. <BR/><BR/>A «verdade» aqui toma uma dimensão discursiva. É verdadeiro o que é dito num quadro de criação, de propiciação, de uma determinada realidade discursiva, não o que é verdadeiro. <BR/><BR/><BR/><BR/>1.2. A metaforicidade da construção antiga dos nomes<BR/><BR/><BR/>A criação de formas de nomeação, nomes ou expressões atribuíveis a coisas, é condição sem a qual não há possibilidade de diálogo e de compreensão entre interlocutores num mesmo sistema de linguagem. <BR/><BR/>Mais, o nome é, ou procura ser, imagem e síntese daquilo que nomeia, donde, necessidade para a própria compreensão da natureza do nomeado, primeira síntese do sistema de comunicação subjacente à adopção de um determinado nome e não de outro qualquer. <BR/><BR/>Por fim, a nomeação afirma-se para o nomeante como a forma de aceder àquele que é nomeado: exclamar um nome é referir a própria coisa, é um acontecimento relacional com ela, é quase uma «tuificação» porque é relação. <BR/><BR/>Aqui, a questão da nomeação já ultrapassou os simples limites do que é dito ou é escrito. Nomear é representar, e a representação é, por natureza, um acto figurativo porque metafórico. Toda a nomeação é imagem. <BR/><BR/>Efectivamente. Dois patamares de formulação da nomeação podemos encontrar: <BR/><BR/>I — a formulação de novas formas de nomeação da realidade implica a recorrência a coisas / realidades já nomeadas, mediante um processo de metaforização - o uso de imagens já constituídas no universo vocabular disponível enquanto continentes de valoração; <BR/><BR/>II — partindo do ponto anterior, do uso, para a nomeação, de signos pré-existentes, a nomeação é baseada em imagens que são, também elas, metáforas. <BR/><BR/>As formas que um nome toma são fruto de recolha dentro de um universo, passível de valoração metafórica, naturalmente propiciatório para o nomeado. Em todos os casos temos um mesmo objectivo: criar, através da significação contida na forma de nomear, formas propiciatórias para o nomeado. <BR/><BR/> ________________________________<BR/><BR/><BR/>Espero que tenha gostado do texto, mesmo que ele só traga a designação, quer dizer, os substantivos tão importantes para todos nós. A partir deles que podemos atribuir e determinar os seres. <BR/>Como já foi falado, por você e pelo texto do Paulo, a escolha das palavras é um ato interessante que vai revelar o mundo onde vive o falante e a carga expressiva do que está dizendo. Vou citar um exemplo que sempre falo para meus alunos sobre os sinônimos e sua carga expressiva... vamos pegar o trecho de Iracema de José de Alencar: " [....]Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna [....]". Bem, Alencar usou lábios para designar uma parte do corpo da personagem, certo? Mas será que ele poderia usar boca ou beiços? Aqui não cabe o sinônimo, porque cada palavra tem sua carga expressiva e, neste caso, boca possui carga neutra; beiços, negativa e lábios, positiva. O que identificamos da escrita do escritor? Que com a palavra lábios queria enaltecer a beleza que há em Iracema. Podemos também verificar a época literária do artista - Romantismo - em que observamos a idealização da mulher.<BR/>As palavras revelam a realidade existente e a realidade de cada um!<BR/>Beijos,<BR/>Monique Malher.Niquehttps://www.blogger.com/profile/04405886882117818671noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7095396198181106794.post-79771162141522866782009-01-28T12:48:00.000-02:002009-01-28T12:48:00.000-02:00Oi silviaLi com atenção seu texto e me lembrei de ...Oi silvia<BR/>Li com atenção seu texto e me lembrei de heidegger. Em vários textos deste autor ele sempre nos lembra que a palavra não é apenas o que vemos escrito ou registrado mas, é aquilo que nos faz possuir o entendimento de uma situação. Para o humano grego a palavra não representa mas, é o que ela nos lembra. Quando falamos: CAvalo. Não temos aqui uma representação mas, o real e concreto animal que se faz presente em nossa mente e em nosso entendimento. Assim, qualquer palavra escrita ou falada nos mostra um mundo de entendimento e representação pois não temos apenas sinônimos sintáticos mas, uma realidade que se abra diante de nossos olhos quando "entendemos" o siginfica pela transmissão de conhecimento<BR/>gostei muito de seu texto. vou voltar a le-lo e verificar outras coisas escondidas<BR/>Um abraço Si<BR/>MárcioMarcio Ewald Petrópolishttps://www.blogger.com/profile/05235591239126402348noreply@blogger.com