segunda-feira, 4 de maio de 2009

Análise de uma entrevista - finalizando o exercício coletivo

Trazemos nesse momento um breve resumo das nossas discussões no último encontro. Leiam e participem!

Lucia Santaella em seu texto “a leitura fora do livro” aborda os três tipos de leitores que, de acordo com ela, existem na atualidade: o leitor do livro - leitor contemplativo – que impõe seu ritmo à leitura e lê de forma sequencial. O leitor fragmentado que é o leitor após a revolução industrial, o leitor das imagens e fragmentos da grande cidade, o leitor veloz que, como diz Benjamin, está acostumado aos cortes do cinema. O leitor virtual que é o leitor da hipermídia e do hipertexto. Um leitor que faz seu próprio percurso de leitura mas que pode se perder em meio ao seu processo de leitura se não souber como organizar-se nesse processo de leitura imaterial.

A partir da leitura do texto de Santaella e do debate com o grupo do PIC, pareceu-nos que o entrevistado seria mais próximo do leitor fragmentado de que fala Santaella. Isso porque segundo afirma a autora, tal leitor diz que faz leituras rápidas, curtas e que nem sempre termina as leituras iniciadas realizando-as de forma fragmentada. Como bem lembraram na discussão coletiva, vê-se que algumas vezes sua leitura parte de um pequeno indício como um título de um livro como foi o caso da situação em que narra a peça criada por ele sobre a CERJ a partir do título do livro “o anjo da luz”. No entanto, ao afirmar que os espaços de leitura de que se utiliza são o quarto e a biblioteca tendo a necessidade do silêncio para a leitura pareceu-nos relacionar-se ao leitor contemplativo discutido pela autora. Da mesma forma, fica claro a partir de suas falas que o computador não é utilizado por ele como suporte ou espaço de leitura fazendo-nos pensar que ele parece estar excluído dessa leitura realizada, segundo Santaella, pelo leitor virtual que navega pelos hipertextos e hipermídias da internet. Podemos nessa breve análise acerca das falas do entrevistado dizer que percebe-se que ele realiza suas leituras tanto em sua dimensão de leitura contemplativa quanto de leitura fragmentada articulando as duas em suas práticas de leitura cotidiana.

Adriana Hoffmann

Diante desse olhar, o que mais podemos dizer sobre ele? Será que ele pratica a leitura “como experiência” na dimensão que lhe atribui Sônia Kramer? O que vocês acham? Aguardamos as opiniões de vocês!!

Fonte:

SANTAELLA, Lucia. A leitura fora do livro. Disponível em:

http://www.pucsp.br/pos/cos/epe/mostra/santaell.htm; acesso em 3 de maio de 2008.

KRAMER, Sônia. Leitura e escrita como experiência – seu papel na formação de sujeitos sociais. Revista Presença Pedagógica, vol6 nº 31, jan/fev de 2000. Disponível em: http://www.presencapedagogica.com.br/capa6/artigos/31.pdf acesso em agosto de 2008.

2 comentários:

Célia Ribeiro disse...

Adriana,
De acordo com Sônia Krammer, a leitura como experiência deixa marcas, provoca reflexões. Tomando as falas do entrevistado, porém, não ficou clara essa experiência. Segundo seu relato seu contato com leituras está restrito a livros técnicos. Pode ser que ele não tenha consciência de suas leituras,ou melhor dos rastros que elas lhe deixou.Você não acha que isso pode acontecer?
Bjs
Célia

Adriana Hoffmann disse...

Isso é algo a se pensar, Célia... Vamos abrir o debate e ver o que o restante do grupo acha. E vocês do PIC o que acham do que Célia traz? Está aberto o debate! Apareçam!Não se intimidem,OK?
Beijos,
Adriana