sábado, 27 de setembro de 2008

Todos somos narradores...

A partir da postagem anterior do conto do Galeano sobre os livros que moram dentro da gente podemos dizer que o narrador é esse que conta as histórias “de dentro dele” para seus ouvintes, leitores... De onde elas vieram não importa, importa como elas se tornaram parte de sua história...
O que faz com que contemos nossas histórias? Porque passamos ou não adiante o que vivemos? O que pode ser considerado importante para ser contado aos outros?
Ao falar sobre a narrativa, Benjamin fala que a narrativa vem do saber dos viajantes e dos moradores mais antigos das localidades. Os viajantes porque ao viajar vêem e ouvem muita coisa e tem muito para contar... Os moradores, porque por viverem muito e há muito tempo na localidade, conhecem muitas histórias e já viveram muita coisa, logo têm muitas histórias para contar. E não são poucas as histórias que esses sujeitos têm para contar... O narrador é aquele que retira da sua experiência a matéria de sua narração. Narra a partir do que vive.
Benjamin comenta que a guerra deixou mudas as pessoas, fez com que não tivessem mais o que contar e narrar, o que passar adiante. Isso porque não tinham experiências significativas que merecessem ser passadas adiante, compartilhadas. Contar o que vive-se numa guerra não é algo que seja desejável nem para quem conta e nem para quem ouve.
Minha experiência familiar exemplifica bem essa diferença entre poder ser ou não narrador. Meu pai viveu sua infância de pé no chão, tomando banho de cachoeira, pegando frutas no pé, pregando peças nos primos, brincando com os bichos e inventando histórias em meio aos bois, aranhas(mesmo!) e aventuras. Comendo melado, se lambuzando no chuvisco de Campos e vivendo com uma família grande de muitos irmãos, tios e primos. Já minha mãe passou sua infância inicial até 6 anos de idade na guerra na Alemanha. Nasceu na II Guerra Mundial. Veio fugindo da guerra com a mãe e dois irmãos por volta dessa idade para o Brasil. Era a filha mais velha. Nunca mais viu seu pai que ficou por lá só o vendo depois de adulta quando já era casada e eu já tinha nascido. Viveu sua infância em colégio interno pois sua mãe, minha avó, tinha que trabalhar para criar sozinha os três filhos.
Outro dia lembrando da minha infância ficou muito claro para mim o que diz Benjamin em seus textos. Meu pai contava muitas histórias da sua infância, da sua terra, das brincadeiras que fazia na sua época... Minha mãe sempre que eu perguntava sobre sua infância só lembrava da guerra, de ter uma batata para comer por uma semana, de correrem para o porão com as bombas... Mas me lembro que perguntava: mas mãe de que você brincava? O que fazia quando era criança? Que historias você ouvia? Ela nunca me falou muito sobre o que viveu nesse tempo e nem contava histórias. Talvez a guerra realmente a tenha emudecido nesse aspecto. Quando contava ela só lembrava de histórias da juventude quando a infância da guerra já tinha ido longe, quando a vida já tinha recuperado suas forças. Momentos em que ela já podia (e já tinha o que contar) do que viveu... Pois como nos diz Galeano em outro conto “o medo seca a boca” nos impede de contar e passar adiante o que vivemos. Mas as histórias de nossa vida existem para serem contadas, serem ouvidas e conservarem aceso o enredo da humanidade. E como nos diz Gilka Girardello eu espero “que não tenhamos que esperar os cabelos brancos para compartilhar nossas mais divertidas, assombrosas e emocionadas histórias”(on-line).
Que isso sirva para pensarmos o quanto nossa vida nos permite (e nós também nos permitimos) sermos ou não narradores. O quanto também alguns vivem “as guerras do cotidiano” que deixam mudos o seu contar, tiram-lhes a sedução do ver e do fantasiar sejam eles crianças, jovens, adultos ou idosos... Afinal, como podemos ter uma vida que, com a magia do olhar, veja em nosso cotidiano sempre histórias para contar e passar adiante?
Adriana Hoffmann

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

OFICINA MEMÓRIA: NARRANDO LEMBRANÇAS

Nesse sábado, 27/09, em Petrópolis no Palácio de Cristal teremos a oficina realizada pelo grupo do PIC da Estácio Petrópolis em comemoração ao Dia do Idoso. Vários cursos realizarão atividades para os idosos e, entre eles, o nosso grupo. Vejam a programação e compareçam!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A Função do leitor/1

Um conto de Eduardo Galeano para lembrarmos das histórias que moram dentro de nós... Histórias que como no conto, podem ser lidas, como também vistas, vividas, ouvidas...
Quando Lucia Pelãez era pequena, leu um romance escondida. Leu aos pedaços, noite após noite ocultando o livro debaixo do travesseiro. Lucia tinha roubado o romance da biblioteca de cedro onde seu tio guardava os livros preferidos.
Muito caminhou Lucia, enquanto passavam-se os anos. Na busca de fantasmas caminhou pelos rochedos sobre o rio Antióquia, e na busca de gente caminhou pelas ruas das cidades violentas.
Muito caminhou Lucia, e ao longo de seu caminhar ia sempre acompanhada pelos ecos daquelas vozes distantes que ela tinha escutado, com seus olhos, na infância.
Lucia não tornou a ler aquele livro. Não o reconheceria mais. O livro cresceu tanto dentro dela que agora é outro, agora é dela.
Fonte: Galeano, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: LP&M, 2008.

domingo, 21 de setembro de 2008

A PESQUISA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

Trazemos aqui brevemente elementos de discussão da organização da pesquisa. Existem alguns aspectos básicos a serem contemplados na elaboração de uma proposta de pesquisa científica tais como: OBJETIVO, JUSTIFICATIVA, PROBLEMA, REFERENCIAL TEÓRICO, METODOLOGIA e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
O primeiro passo para começar uma pesquisa é a escolha do objeto de estudo relacionado a uma problematização deste. Tal problematização articulada ao objeto irá gerar os objetivos e a metodologia da pesquisa que sempre estará ancorada em um referencial teórico. Como exemplo, temos nosso problema de pesquisa que é investigar de que maneira os universitários dos cursos de Pedagogia, Letras e Comunicação Social significam a LEITURA na que diz respeito às relações leitor/ texto/ contexto.
Em geral, um bom problema de pesquisa atende a cinco características:
1. Deve ser formulado como uma pergunta;
2. Deve ser claro e preciso;
3. Deve ser empírico;
4. Deve ser suscetível de solução;
5. Deve ser limitado a uma dimensão viável.
Nesse aspecto, a pesquisa é conduzida como uma experiência reflexiva com o propósito de diagnosticar conteúdos que fazem parte do estudo, possibilitando uma reelaboração que visa mudar o nosso modo de pensar e agir, alterando, dentro dos limites cabíveis, a interpretação do objeto de estudo.
O pesquisador ao traçar metas a serem alcançadas estará propondo os objetivos de sua pesquisa. Uma pesquisa ao ser realizada poderá trazer elementos para refletir sobre uma determinada situação ou realidade ou mesmo modificar a realidade investigada (se for o caso) mediante a interpretação dos dados que possibilite uma determinada intervenção na realidade.
Articulando à nossa pesquisa, por exemplo, temos como objetivos:
• Compreender como se dão os processos de subjetivação - objetivação em torno do ato da leitura como prática histórico-cultural, que se realiza em diversos espaços - tempos.
• Compreender como as práticas culturais interferem no processo cognitivo da leitura, re-significando a sua dimensão cultural e coletiva.
• Ampliar os conhecimentos no campo das práticas sociais de leitura dos alunos dos cursos de Pedagogia, Letras e Comunicação da Universidade Estácio de Sá – Campus Petrópolis.
• Ampliar o espaço de divulgação e visibilidade do Projeto na comunidade acadêmica através de publicação de artigo e/ou comunicação referente às reflexões vividas no grupo de pesquisa.
A pesquisa tem o papel de nos fazer refletir sobre a realidade que nos cerca permitindo construir novos caminhos em vez de repetir, sempre, os caminhos já conhecidos. Afinal, a realidade histórica e social muda mesmo que certos problemas permaneçam por variados motivos. Precisamos levar em consideração que o que hoje é tido como uma verdade, amanhã poderá não ser.
Giancarlo Kind Schmid e Monique Carnevali

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Que leitores somos?

Ao longo das discussões e conversas em nosso projeto percebemos que muitas são as memórias que nos constituem e muitas são as histórias que fazem parte delas. Ao longo dos nossos encontros lemos contos de vários autores como Marina Colassanti, Silvia Orthof, Adélia Prado que aparecem citados nas diferentes postagens. Histórias que foram entrelaçadas em nossos diálogos e memórias de leituras e fizeram parte da história construída por esse grupo nesse processo de diálogo narrativo. Afinal, o que nos dizem essas histórias em relação a tudo o mais que lemos e discutimos? O que estas histórias nos falam sobre ser humano, ser leitor... Nosso intuito é trazer o leitor para a roda do debate, saber quem é ele e como se constitui nos diferentes espaços em que circula... Essa é a nossa questão.
O que têm em comum todas essas histórias? Falamos da narrativa, do narrador segundo Walter Benjamin. Porque elas são narrativas e não outras?
Uma questão percebida nesses contos que os faz serem narrativas são suas características. Uma delas é a ausência de explicações cabendo ao leitor ou ao ouvinte interpretar o que ouve e lê. Percebemos em nossas discussões a respeito de Benjamin o quanto a narrativa tem um caráter artesanal e funda-se na experiência transmitida oralmente de uma geração a outra carregando consigo a experiência daquele que a narra (narrador/contador de histórias). Quase sempre essa experiência narrativa está fundada num interesse prático - sob a forma de um conselho carregado de sabedoria...
Outros textos analisados e considerados não-narrativas pelo nosso grupo tinham a presença forte da explicação e eram em sua maioria textos recebidos via internet e anônimos. De quem é a experiência de um texto anônimo? De alguém que nem mesmo quis se identificar? Que caráter artesanal, de vida e de narração, pode ter um texto desses?
Cada um dos que nos lê pode nos dizer um pouco sobre o que algumas destas histórias lhes fizeram pensar e viver. Mas não dirá o que nós vivemos no entrecruzamento das leituras, debates e elaborações feitas por nós. Um pouco do que discutimos está aqui nesse BLOG.
Assim, trazemos aqui o que construímos e aguardamos vocês, leitores, para que tragam também suas histórias com essas leituras que são narrativas. Para que elas, as narrativas, sejam sempre recontadas e relembradas e sejam sempre novas para cada um de vocês que com elas entra em contato. Afinal, sabemos que - se elas são mesmo narrativas - não terminam por aqui...
Adriana Hoffmann e Maira Fontainha

domingo, 7 de setembro de 2008

Mergulho no Infinito Branco do Luar

Em nossa última reunião lemos o livro “Guilherme Augusto Araújo Fernandes” de Mem Fox, que trata de um menino que queria ajudar uma senhora do asilo vizinho a sua casa, porque todos diziam que ela havia perdido a memória. Ele não sabia o que era memória e perguntou aos seus pais e aos demais adultos do asilo. Cada um definiu MEMÓRIA segundo sua idéia sobre essa palavra, mas o menino não se contentou. Então, com sua criatividade infantil, juntou alguns objetos de sua vivência e os levou para aquela senhora “desmemoriada”. Mostrando-os a ela, histórias de sua vida foram voltando e trazendo sua memória de volta. Augusto entendeu que ela havia perdido as memórias dentro dela mesma e que poderiam ser resgatadas... Bastava um pouco de sensibilidade.
Sem precisar ir a um asilo, mas apenas à casa dos meus avós, os filhos e netos resgatam as memórias de uma vida cheia de lembranças que aconteceram paralelamente a fatos históricos do século XX descritos pelos livros de historiadores. Permeada de leituras de contos e poemas, além de muita seresta, nossas reuniões familiares são marcadas com alegria, comilança, fogueira e violão. Como uma típica família italiana!
Nossa próxima reunião será realizada para comemorarmos os 90 anos do meu avô e, sem dúvida, milhares de histórias surgirão. O prazer que ele tem é de compartilhá-las com seus familiares.
Sua música favorita é Lua Branca de Chiquinha Gonzaga que, ainda hoje, com certa dificuldade – porque suas mãos não possuem mais a agilidade da juventude – toca com emoção.
Oh! Lua branca de fulgor e de encanto Se é verdade que ao amor tu dás abrigo Oh! Vem tirar dos olhos meus o pranto E vem matar esta paixão que anda comigo
Oh! Por quem és, desce do céu oh! Lua branca Esta amargura do meu peito oh! Vem arranca Dá-me o luar da tua compaixão E vem por Deus iluminar meu coração [...]
Em seu livro, meu avô conta uma lembrança sobre essa música:
“Lua Branca” era a canção preferida do meu irmão Cássio que, além das serestas, gostava de se divertir junto com dois amigos inseparáveis: o José Badu de Aragão Gesteira, o Zé Badu, e o José Augusto dos Santos, o Zé Manquinho, que tinha esse apelido por causa de um defeito na perna. Apesar da farra que aprontavam, toda vez que o Cássio cantava Lua Branca, os dois ficavam embevecidos e o Zé Manquinho costumava jogar o chapéu no chão, pisá-lo repetidas vezes, com os cabelos eriçados. Depois que o meu irmão saiu de Ouro Preto, os dois brigaram e o Zé Manquinho entregou-se à bebida e contraiu tuberculose. Certa vez pediu-me que cantasse para ele a Lua Branca e poucos dias depois faleceu. (LANARI, 2003)
Este livro chama-se Ouro Preto em Seresta e é o xodó do meu avô, que com muito sacrifício – como o é para qualquer escritor no Brasil – conseguiu editá-lo através do patrocínio da USIMINAS e lançá-lo em uma Biblioteca Municipal de Belo Horizonte e na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Preciso confessar que um dia fui bem parecida com Guilherme Augusto. Quando, por exemplo, digitei o caderno com as letras das serestas compostas pela família, que se perderiam se não o fizesse. Quando descobri que possuíamos um parente poeta que logo me identifiquei por também escrever poemas. Quando soube que nossa família tem uma vertente Drummond, ah! Fiquei radiante.
Precisamos ser um pouco Guilherme Augusto para não nos perdermos no tempo em que vivemos, sem jamais sermos lembrados por nossas histórias contadas pelos nossos descendentes. Mergulhe na história de sua família! Quem sabe você não possui um Machado de Assis como parente?
Maria Clara Lanari Barros

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Memórias de livros

Um trecho do conto de João Ubaldo Ribeiro para pensarmos sobre a memória... Afinal, o que as mediações nos fazem viver sobre o que lemos e como lemos os livros?
(...) Sim, tínhamos muitas conversas sobre livros. Durante toda a minha infância, havia dois tipos básicos de leitura lá em casa: a compulsória e a livre, esta última dividida em dois subtipos -- a livre propriamente dita e a incerta. A compulsória variava conforme a disposição de meu pai. Havia a leitura em voz alta de poemas, trechos de peças de teatro e discursos clássicos, em que nossa dicção e entonação eram invariavelmente descritas como o pior desgosto que ele tinha na vida. Líamos Homero, Camões, Horácio, Jorge de Lima, Sófocles, Shakespeare, Euclides da Cunha, dezenas de outros. Muitas vezes não entendíamos nada do que líamos, mas gostávamos daquelas palavras sonoras, daqueles conflitos estranhos entre gente de nomes exóticos, e da expressão comovida de minha mãe, com pena de Antígona e torcendo por Heitor na Ilíada. Depois de cada leitura, meu pai fazia sua palestra de rotina sobre nossa ignorância e, andando para cima e para baixo de pijama na varanda, dava uma aula grandiloqüente sobre o assunto da leitura, ou sobre o autor do texto, aula esta a que os vizinhos muitas vezes vinham assistir. Também tínhamos os resumos -- escritos ou orais -- das leituras, as cópias (começadas quando ele, com grande escândalo, descobriu que eu não entendia direito o ponto-e-vírgula e me obrigou a copiar sermões do Padre Antônio Vieira, para aprender a usar o ponto-e-vírgula) e os trechos a decorar. No que certamente é um mistério para os psicanalistas, até hoje não só os sermões de Vieira como muitos desses autores forçados pela goela abaixo estão entre minhas leituras favoritas. (Em compensação, continuo ruim de ponto-e-vírgula).
Mas o bom mesmo era a leitura livre, inclusive porque oferecia seus perigos. Meu pai usava uma técnica maquiavélica para me convencer a me interessar por certas leituras. A circulação entre os livros permanecia absolutamente livre, mas, de vez em quando, ele brandia um volume no ar e anunciava com veemência:
-- Este não pode! Este está proibido! Arranco as orelhas do primeiro que chegar perto deste daqui!
O problema era que não só ele deixava o livro proibido bem à vista, no mesmo lugar de onde o tirara subitamente, como às vezes a proibição era para valer. A incerteza era inevitável e então tínhamos momentos de suspense arrasador (meu pai nunca arrancou as orelhas de ninguém, mas todo mundo achava que, se fosse por uma questão de princípios, ele arrancaria), nos quais lemos Nossa vida sexual do Dr. Fritz Kahn, Romeu e Julieta; O Livro de San Michele, Crônica Escandalosa dos Doze Césares, Salambô, O Crime do Padre Amaro -- enfim, dezenas de títulos de uma coleção estapafúrdia, cujo único ponto em comum era o medo de passarmos o resto da vida sem orelhas -- e hoje penso que li tudo o que ele queria disfarçadamente que eu lesse, embora à custa de sobressaltos e suores frios.
Na área proibida, não pode deixar de ser feita uma menção aos pais de meu pai, meus avós João e Amália. João era português, leitor anticlerical de Guerra Junqueiro e não levava o filho muito a sério intelectualmente, porque os livros que meu pai escrevia eram finos e não ficavam em pé sozinhos. "Isto é uma merda", dizia ele, sopesando com desdém uma das monografias jurídicas de meu pai. "Estas tripinhas que não se sustentam em pé não são livros, são uns folhetos". Já minha avó tinha mais respeito pela produção de meu pai, mas achava que, de tanto estudar altas ciências, ele havia ficado um pouco abobalhado, não entendia nada da vida. Isto foi muito bom para a expansão dos meus horizontes culturais, porque ela não só lia como deixava que eu lesse tudo o que ele não deixava, inclusive revistas policiais oficialmente proibidas para menores. Nas férias escolares, ela ia me buscar para que eu as passasse com ela, e meu pai ficava preocupado. (...)
http://www.releituras.com/joaoubaldo_memoria.asp (não deixem de ler o restante do conto na página original)