E então... Não é porque temos dúvidas que não fazemos escolhas, não é? Me surpreendi quando ao ler o blog oficial da Flip (aí do lado...) encontrei comentários e gravações dos eventos que não fui e não vi comentários de alguns que fui... Afinal, caro leitor (como nos diria Machado de Assis, homenageado nessa Flip), cada história é UMA história, mas não A história. Assim, cada um conta “de onde” viu, ouviu, leu e viajou... Conto um pouco da história que vivi nesses dias memoráveis.
Olha o Machado aí que não me deixa mentir... (acho eu)
Há muito desejava ir na FLIP mas nunca conseguia... Foi minha primeira vez! E a primeira vez a gente não esquece... Assim, procurei explorar as “artes” da Flip.
Olhem que lindas essas produções das escolas sobre a memória local...
Por falar em memória local, imperdível é a exposição permanente de Bia Lessa na Casa de Cultura de Paraty. A exposição traz fotos, depoimentos de moradores e artistas locais além de mostras de artesanato da região. Quantas histórias não ouvi e vi por ali... Delícia!
Aliás, que casa!! Fiz muita coisa por lá. Assisti a filmes em homenagem a Machado de Assis dos diretores André Kotzel e Nelson Pereira dos Santos com bons debates depois, e as pré-estréias de filmes “Na casa do Tom” de Ana Jobim e “Palavra cantada” de Helena Soldberg. Todos muito bons! Em cada um pensamos sobre a vida e suas histórias, sua poesia, música, loucuras e limites reais e imaginários. Um pouco da muita poesia e literatura que circularam por aquelas bandas...
Além dos filmes, a mesa de debates “Fábulas Italianas” com Alessandro Barico e Contardo Calligaris foi, das que assisti, a melhor.
Caligaris trouxe o quanto todas as leituras são importantes na formação do escritor. Disse, de forma muito simples, que a ficção começou nele aos 7 anos quando imaginava a invasão dos ETs para que não tivesse escola... “A ficção nasce dentro da gente com todos os instintos culturais que vivemos”, ressaltou ele.
Barico apontou que depois do cinema a escrita é outra. Citando a frase “Balzac andava de tanque e eu ando de moto” comentou que os escritores que trabalham na lógica do cinema sabem que seus leitores já tem as imagens... Assim, a escrita é mais enxuta mas nem por isso menos rica. Agora destaca que é preciso que se vejam nas situações de vida matrizes de histórias e isso a literatura, segundo ele, ainda faz melhor do que o cinema talvez porque “mostre menos”.
Para encerrar fica a colocação de Caligaris em resposta a perguntas da platéia sobre para que serve a ficção. Quem pergunta, provavelmente não experimentou a sua função, porque do contrário não perguntaria... A sua resposta foi magnífica: “as ficções que lemos têm a função de enriquecer a ficção da nossa vida. Somos feitos e fabricados por ficções”. E para nós: que ficções fabricaram a sua vida? Ou você pensa que sua vida é só essa realidade nua e crua do cotidiano?
Teria muito mais para contar e mostrar... Deixo algumas frases de divulgação do filme “Palavra Cantada”:
Esperando que as palavras sejam a pátria de muitos e sempre cantem e voem por aí...
Que os ventos levem e tragam sempre outras boas histórias...
Assim...
Ou assim...
Ou de muitos outros jeitos e formas... Correndo à boca-miúda... Fabricando ficções em nossa vida... Em muitos outros lugares... E sempre!
Adriana Hoffmann
2 comentários:
Olá Adrina, ótimos os seus relatos e fotos a respeito da FLIP.Como não tive a oportunidade de estar lá, suas histórias e as histórias dos autores que você partilha conosco proporcionam uma viagem encantadora.
Bjs Célia
Obrigada querida!! Isso é para na próxima vocês irem...
beijos,
Adriana
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