terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ficção e realidade se [con]fundem por Silvia Beatrix Tkotz

Essa mania que peguei de ficar registrando as conversas que tenho com alguns amigos pode acabar me comprometendo... Mas, ciente de como as pessoas têm um interesse natural – ou seria cultural? – em ouvir conversa dos outros, acabo apostando que esta é uma boa maneira em arregimentar leitores para meus escritos.
Foi escrevendo conversas que redigi parte de minha dissertação de mestrado. Ficou curiosa? Curioso? Digite “www.proped.pro.br”, e abrirá o “Programa de Pós” da UERJ. Clique em dissertação. Por fim, digite TKOTZ, em autor. Boa leitura!!! E, depois, se puder enviar uma crítica, um comentário e/ou preferencialmente um elogio... Brincadeiras a parte, essa é uma conversa que me interessa.
E, para não perder o costume, vou contar para você uma dessas conversas que venho travando com alguns amigos. Quem sabe você não conhece alguns deles e acaba se animando em participar?
Pois foi outro dia... Jorge estava a defender a força das palavras como elementos criadores da realidade:
– A aventura que nos conduz à consciência de que o eu não é senão uma contínua criação, uma permanente metamorfose (...) tem sua força impulsora no processo narrativo e interpretativo da leitura e da escrita (...) já não existe um ser substancial a ser descoberto e ao qual ser fiel, mas apenas um conjunto de palavras para compor, e decompor e recompor. (...) A fidelidade às palavras é não deixar que as palavras se solidifiquem e nos solidifiquem, é manter aberto o espaço líquido da metamorfose (...) Só assim se pode escapar, ainda que seja por um momento, aos textos que nos modelam, ao perigo das palavras que, ainda que sejam verdadeiras, convertem-se em falsas uma vez que nos contentamos com elas (Larrosa, 2003:39-40).
Extasiada, comentei:
– Por isso é tão forte a escolha das palavras, pois, assim como as palavras criam a realidade, elas criam, também, a ficção. E a beleza da ficção é ver realidade nas palavras. No caso de “Ternura e dor: a história de um colégio aionista”, no entanto, esforço-me por engendrar ficção nas palavras, ao idear literaturizar o conhecimento em minha dissertação de mestrado.
Jorge continuou, provocando-me, e Clarice, como o tema caminhou para a literatura, veio embelezar a discussão:
– Como evitar, então, a suspeita de que a crescente profusão de palavras e de nossas histórias não tem como correlato o engrandecimento de nosso desassossego (Larrosa, 2003:23)?
– Cada coisa é uma palavra. E quando não se a tem, inventa-se-a (Lispector ,1998:17). Nossa conversa foi tão profunda que personagens inesperados vieram contribuir. Já ouviu falar de frei Guilherme de Baskerville? Pois, disse ele:
– Talvez a tarefa de quem ama os homens seja fazer rir da verdade, fazer rir a verdade, porque a única verdade é aprendermos a nos libertar da paixão insana pela verdade (Eco,1983:552).
E Adson de Melk , outro personagem, entrou com uma forte colocação:
-[A verdade] outra coisa não é senão a adequação entre a coisa e o intelecto (id.:351).
Esquentando, frei Guilherme continuou:
- Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz, mas o que quis dizer (id.:361).
Jorge não se conteve e voltou à conversa, interessado em provocar você e fazê-la não resistir em se colocar.
– O misterioso expressado poeticamente, ao conservar seu mistério, conserva-se como uma fonte infinita de sentido (Larrosa, 2003:75).
Agora, preciso ouvir você! Indispensáveis são as suas palavras. Antes, deixo apenas mais informações sobre os amigos que participaram desta conversa. Pode ser que venha a desejar ter uma prosa mais aprofundada...
ECO, U. O Nome da Rosa. Tradução de Aurora Bernardini e Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.
LARROSA, J. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas, tradução de Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Silvia Tkotz é professora da Universidade Estácio de Sá e vem acompanhando atentamente as discussões do grupo, sempre trocando idéias aqui no BLOG, sendo convidada para compartilhar com todos um pouco da sua produção.

14 comentários:

Marcio Ewald Petrópolis disse...

Oi silvia
Li com atenção seu texto e me lembrei de heidegger. Em vários textos deste autor ele sempre nos lembra que a palavra não é apenas o que vemos escrito ou registrado mas, é aquilo que nos faz possuir o entendimento de uma situação. Para o humano grego a palavra não representa mas, é o que ela nos lembra. Quando falamos: CAvalo. Não temos aqui uma representação mas, o real e concreto animal que se faz presente em nossa mente e em nosso entendimento. Assim, qualquer palavra escrita ou falada nos mostra um mundo de entendimento e representação pois não temos apenas sinônimos sintáticos mas, uma realidade que se abra diante de nossos olhos quando "entendemos" o siginfica pela transmissão de conhecimento
gostei muito de seu texto. vou voltar a le-lo e verificar outras coisas escondidas
Um abraço Si
Márcio

Nique disse...

Olá, Silvia...
bem, vou entrar nessa conversa com uma contribuição de um texto que achei muito interessante sobre a palavra... sobre designar as coisas existentes e fazer desse "designar" a essência e fruto de nosso discurso, sendo para falar "verdades", argumentar ou somente inventar histórias que vivem como "macaquinhos no sótão" do nosso eu.


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NOMEAÇÃO E INDIVIDUALIDADE
Paulo Mendes Pinto

"Cipriano Algor afastou-se em direcção ao forno, ia murmurando, como uma cantilena sem significado, Marta, Marçal, Isaura, Achado, depois por ordem diferente, Marçal, Isaura, Achado, Marta, e outra ainda, Isaura, Marta, Achado, Marçal, e outra, Achado, Marçal, Marta, Isaura, enfim juntou-lhes o seu próprio nome, Cipriano, Cipriano, Cipriano, repetiu-o até perder a conta das vezes, até sentir que uma vertigem o lançava para fora de si mesmo, até deixar de compreender o sentido do que estava a dizer, então pronunciou a palavra forno, a palavra alpendre, a palavra barro, a palavra amoreira, a palavra eira, a palavra lanterna, a palavra terra, a palavra lenha, a palavra porta, a palavra cama, a palavra cemitério, a palavra asa, a palavra cântaro, a palavra furgoneta, a palavra água, a palavra olaria, a palavra erva, a palavra casa, a palavra fogo, a palavra cão, a palavra mulher, a palavra homem, a palavra, a palavra, e todas as coisas deste mundo, as nomeadas e as não nomeadas, as conhecidas e as secretas, as visíveis e as invisíveis, como um bando de aves que se cansasse de voar e descesse das nuvens, foram pousando pouco a pouco nos seus lugares, preenchendo as ausências e reordenando os sentidos". José Saramago, A Caverna, pp. 126-127


1. O que é um nome?
(da Antiguidade aos dias de hoje)
1.1. A «Realidade» e a «Verdade»

Tal como José Saramago, já deus e Adão tinham tido a mesma necessidade de fazer corresponder cada coisa a sua respectivo nome, reorganizando o caos.

De facto, e voltando ao dito deus e ao dito Adão, não há conclusão da criação divina sem uma componente de nomeação do todo ou das partes.

No Génesis a situação é totalmente esclarecedora a respeito do peso que a nomeação tem no todo da criação: ela é o seu motor. Deus disse […] é a chave que por sete vezes é usada na narrativa de Gen 1[1]. Tão simples e tão avassalador quanto isto – disse e aconteceu.

É, de facto, pela palavra que Yahweh cria o seu cosmos na narrativa bíblica. Tal como é também pela palavra que é ordenado o mundo dos seres em que o Homem se integra.

Ora, em Gen 2, nomeadamente 19-20, a palavra / a nomeação é a consignação da efectiva existência das coisas. Só depois de devidamente nomeados é que os seres são objecto de conhecimento – vejamos que é pela atribuição do nome que Adão e deus percebem que nenhum desses seres pode vir a ser a companheira do primeiro e solitário homem.

Vejamos a fonte, Gen 2, 19-20:

Então, o Senhor Deus, após ter formado da terra todos os animais dos campos e todas as aves dos céus, conduziu-os até junto do homem, a fim de verificar como ele os chamaria, para que todos os seres vivos fossem conhecidos pelos nomes que o homem lhes desse. O homem designou com nomes todos os animais domésticos, todas as aves dos céus e todos os animais ferozes; contudo, não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. [2]

De facto, os seres já tinham sido criados, mas havia uma clara incapacidade de os tornar objecto de conhecimento, de os perceptar.

Neste sentido, quem cria? Sem a nomeação de Adão … nada feito!

Mas já muito antes deste deus, ainda não maiusculado, alguns deuses egípcios tinham integrada na sua teologia esta formidável construção intelectual: a criação não está completa sem que se dê a sua última parte, a nomeação do que fora criado.

Na cosmogonia de Amon, no Papiro de Berlim, o peso da palavra nomeativa na economia da criação é claro:

Tu és o deus que veio à existência pela primeira vez,
Quando nenhum deus tinha vindo à existência,
Quando não tinha ainda sido nomeado o nome de coisa nenhuma.[3]

Isto é, a ainda não nomeação das coisas é marcador, pelo menos para o(s) sacerdote(s) que terá escrito este poema, de uma fase recuada e inicial da criação, que, por si só é suficiente para mostrar a anterioridade do deus louvado.

Também a grande glorificação a Marduk, o Enuma elish, dá um peso bastante grande ao acto de criação pela palavra:


Quando lá no alto
O céu não tinha ainda sido nomeado
E quando aqui em baixo a terra fechada
Não tinha sido chamada por um nome [4]

Muitos outros mitos antigos poderiam ilustrar este raciocínio, recuando até aos textos sumérios.

Assim, surge uma inevitável questão: será que existe a dita criação? Ou devemos falar de identificação e, acima de tudo, de individualização? Criar é transportar para a uma dimensão de percepção, ser capaz de formular pensamento sobre um determinado material,, como se viu no caso de deus e de Adão. Dar um nome, usar um nome, é ter uma atitude de cognição que vai da identificação à individualização.

Tudo o que existe num patamar de possível cognição tem, inevitável e naturalmente, nome. É o que podemos designar pelo postulado d’ «a necessidade de ter nome».

Noutro sentido, a criação pela palavra tem na verbalização primeira apenas a sua exteriorização que corresponde a um circuito linear entre pensamento e desejo e, por último, a efectivação na palavra criadora.

A teologia do deus Ptah é clara neste sentido:

Surgiu efectivamente toda a palavra de deus através do que foi pensado pelo coração e ordenado pela língua.[5]


Pelo Papiro de Leiden outra variante da mesma forma encontramos, desta vez dando maior peso à relação entre o pensamento e a nomeação:

Pensamento criador é o seu coração,
Palavra criadora os seus lábios! [6]

Desta forma, a realidade será, então, o que fora criado e, mais interessante, aquilo que fora desejado, pretendido.

Desde Platão e Aristóteles que a questão da nomeação surge no pensamento filosófico centrada, para estes autores, no problema da verdade. Herdeiros desta linha, habituá-mo-nos a identificar verdade com realidade. No limite do nosso pensamento cartesiano, a ciência é a busca da verdade através do estudo da realidade.

Esta relação entre «realidade» e «verdade» é inevitável.

Podemos dizer que o nomear está no campo da própria identificação do ser, ou melhor, da criação do ser, da visão do ser enquanto (uma) realidade.

Assim, um signo é como que, nas palavras de O. Goldwasser, um object of thought[7]; ou ainda, este objecto de pensamento, de compreensão, de consciência e de conhecimento, é, na expressão de Derrida, uma graphic rhetoric[8].

A «verdade» aqui toma uma dimensão discursiva. É verdadeiro o que é dito num quadro de criação, de propiciação, de uma determinada realidade discursiva, não o que é verdadeiro.



1.2. A metaforicidade da construção antiga dos nomes


A criação de formas de nomeação, nomes ou expressões atribuíveis a coisas, é condição sem a qual não há possibilidade de diálogo e de compreensão entre interlocutores num mesmo sistema de linguagem.

Mais, o nome é, ou procura ser, imagem e síntese daquilo que nomeia, donde, necessidade para a própria compreensão da natureza do nomeado, primeira síntese do sistema de comunicação subjacente à adopção de um determinado nome e não de outro qualquer.

Por fim, a nomeação afirma-se para o nomeante como a forma de aceder àquele que é nomeado: exclamar um nome é referir a própria coisa, é um acontecimento relacional com ela, é quase uma «tuificação» porque é relação.

Aqui, a questão da nomeação já ultrapassou os simples limites do que é dito ou é escrito. Nomear é representar, e a representação é, por natureza, um acto figurativo porque metafórico. Toda a nomeação é imagem.

Efectivamente. Dois patamares de formulação da nomeação podemos encontrar:

I — a formulação de novas formas de nomeação da realidade implica a recorrência a coisas / realidades já nomeadas, mediante um processo de metaforização - o uso de imagens já constituídas no universo vocabular disponível enquanto continentes de valoração;

II — partindo do ponto anterior, do uso, para a nomeação, de signos pré-existentes, a nomeação é baseada em imagens que são, também elas, metáforas.

As formas que um nome toma são fruto de recolha dentro de um universo, passível de valoração metafórica, naturalmente propiciatório para o nomeado. Em todos os casos temos um mesmo objectivo: criar, através da significação contida na forma de nomear, formas propiciatórias para o nomeado.

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Espero que tenha gostado do texto, mesmo que ele só traga a designação, quer dizer, os substantivos tão importantes para todos nós. A partir deles que podemos atribuir e determinar os seres.
Como já foi falado, por você e pelo texto do Paulo, a escolha das palavras é um ato interessante que vai revelar o mundo onde vive o falante e a carga expressiva do que está dizendo. Vou citar um exemplo que sempre falo para meus alunos sobre os sinônimos e sua carga expressiva... vamos pegar o trecho de Iracema de José de Alencar: " [....]Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna [....]". Bem, Alencar usou lábios para designar uma parte do corpo da personagem, certo? Mas será que ele poderia usar boca ou beiços? Aqui não cabe o sinônimo, porque cada palavra tem sua carga expressiva e, neste caso, boca possui carga neutra; beiços, negativa e lábios, positiva. O que identificamos da escrita do escritor? Que com a palavra lábios queria enaltecer a beleza que há em Iracema. Podemos também verificar a época literária do artista - Romantismo - em que observamos a idealização da mulher.
As palavras revelam a realidade existente e a realidade de cada um!
Beijos,
Monique Malher.

Adri disse...

Oi Silvia,

Se texto ficou gostoso de ler, falando de coisas profundas sem ser "duro" demais para o espaço de um BLOG. Parabéns! Apareça aqui para dialogar com seus leitores! Eles estão empolgados! Escreveram bastante...
Beijos,
Adriana

Drika disse...

Voltei a "remexer" nesse Blog que vcs estão construindo com tanto investimento! Muito legal!
Ando fuxincando esse universo dos blogueiros e encontrado algumas preciosidades, sobretudo no campo da leitura, literatura e cinema,minhas paixões. Comecei um blog despretencioso, para comentar o que ando lendo, vendo e ouvindo.
Volto em breve!

Adri disse...

Obrigada querida Drika!!
Entrei no seu Blog e também gostei bastante! Obrigada por ter indicado nosso BLOG dentro do seu,viu?
Beijos,
Adriana

Silvia Tkotz disse...

Oi, pessoas queridas! Estou amando ver esta conversa começar a esquentar.Tentei postar uma imagem, mas não foi possível em comentários. Uma pena. Mas, deixo a referência. Um passeio pelo "google imagens" os levará até René Magritte - "Isto não é um cachimbo". Espero que esta imagem possa "entrar" na continuidade deste diálogo.

Silvia Tkotz disse...

Márcio, esta questão da imagem me foi suscitada lendo sua resposta. Monique, carinhosamente, trouxe Paulo Mendes Pinto para conversar com a gente. Que espetáculo! E a conversa se expandiu para outro blog com a chegada da Adrianne. Vou precisar ler cada uma das respostas com mais atenção e volto a conversar, tá? Obrigada, Adriana, pelo convite!

Adri disse...

Sílvia,
Você está sempre convidada a aparecer e publicar suas idéias para discutir conosco! Venha nos fazer uma visita nas reuniões do PIC quando retornarmos...
Beijos,
Adriana

Anônimo disse...

Olá a todos,
Vim para a este blog por indicação de um amigo. Gostei bastante do que li. Ando pelas mitologias antigas onde as questões da relação entre a realidade e a ficção são o centro de tudo.
Perante um mito, o que é ficção e o que é realiadde? E a que tipo de realiadde podemos chegar através dessa ficção, por vezes a única porta que temos para sociedades inteiras?...
Indo ao título desta discussão, a nossa lógia cartesiana diz-nos que a ficção e a relidade se CONfundem, mas, na origem ,elas se fundem, apenas, se completam. No fundo, no limite da interpretação, são uma outra lógica, outra linguagem.
Portanto, onde ficamos?
É interessante recordar sempre que a nossa leitura é sempre por imagens, por fotografias. Aprendemos a ler pelas letras, mas passamos rapidamente para o reconhecimento visual do conjunto... ninguém lê soletrando as letras. da mesma forma, quando lemos um texto, damos às palavras o significado que esperamos que elas tenham. Muitas vezes, esse significado, ou a sua intensidade, é diferente da que o autor lhe quis colocar. Mas é essa a liberdade do Leitor, e o risco do Autor.
Abraço a todos,
Paulo Mendes Pinto

Adri disse...

Muito boa sua reflexão, Paulo!
Muito prazer em conhecê-lo! Apareça de vez em quando trazendo contribuições valiosas como essa. Logo que vi que é um estudioso pesquisador.Você é professor da Universidade Lusófona em Lisboa? Quem nos indicou para você?
Fico muito feliz que tenha nos conhecido. Que possamos estabelecer outras trocas valiosas!
Beijos,
Adriana

Anônimo disse...

Amo narrativas; sem elas, o mundo literário seria uma via sem descobertas. O prazer de ler um texto "experiencial", ajuda (pelo menos para mim) a aperfeiçoar a capacidade de simbolizarmos nossa própria vida. Uma narrativa é, antes de tudo, uma forma de enxertar na mente imagens simbólicas significativas do universo de outrém.
Abraços!

Silvia Tkotz disse...

Márcio, quero lhe apresentar Norman. Veja o que ele lhe diz:
– O discurso é uma prática, não apenas de representação do mundo, mas de significação do mundo, constituindo e construindo um mundo em significados. (FAIRCLOUGH, 2001:90-1)

Monique, amei você por ter-me apresentado a Paulo. O texto dele é um espetáculo!!! Não posso deixar de dizer que para além de “As palavras revela[re]m a realidade existente e a realidade de cada um”, as palavras criam realidades. Especialmente se estas palavras forem mágicas! “Abracadabra!”

E, você, Adriana, fez-me o maior elogio. Desde minha dissertação, um dos desafios ao qual me lancei é o de escrever “gostoso de ler, falando de coisas profundas sem ser "duro" demais”.

A partir do que me disse, preciso apresentar-lhes uma amiga especial, Nilda, pois muito me inspira e muito a admiro:

– Entendo que é preciso uma outra escrita para além da já aprendida. [...] Para comunicar novas preocupações, novos problemas, novos fatos e novos achados é indispensável uma nova maneira de escrever, que remete a mudanças muito mais profundas. (2001:29; 15-6).

Como você, Adrianne Ogêda, gosta de trivialidades, provavelmente se encantou ou se encantará com Michel, um amigo que fala sobre “A invenção do cotidiano” (Certeau, 1994).

E, você, Paulo Mendes Pinto, deixou de ser “citado pela Monique” para comparecer “vivinho” na conversa. Que máximo! Norman se animou com sua fala!

– Algumas das categorias no quadro de análise textual [...] são orientadas aparentemente para formas lingüísticas, enquanto outras são orientadas aparentemente para os sentidos. Entretanto, tal distinção é ilusória, porque ao se analisarem textos sempre se examinam simultaneamente questões de forma e questões de significado (FAIRCLOUGH, 2001:108).

Meu filho, lendo o seu texto junto comigo, sugeriu-me ler algo sobre os poemas épicos e os poemas históricos da antiga Grécia. Vou seguir a dica dele e volto para a conversa!

Giancarlo, deixe-me apresentar uma pessoa: Jacques é um amigo que não pode faltar em nossa conversa. Talvez já o conheça... Já que você traz a questão da narrativa:

– Quais são os vínculos entre a História na qual estamos “embarcados” e as histórias contadas (ou desconstruídas) pelas artes narrativas? E como compreender que os enunciados poéticos ou literários “ganham corpo”, que tenham efeitos reais, ao invés de serem reflexos do real? (Rancière, 2005, p.52).

Você colocou mais lenha na fogueira de nossa conversa, heim?

Para "conversar mais:

ALVES, N. Decifrando o pergaminho: o cotidiano das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: ALVES, N. e OLIVEIRA, I. B. de (Orgs.). Pesquisa no/do cotidiano das escolas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Editora da UnB, 2001.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO experimental org.: Ed. 34, 2005.

Anônimo disse...
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Eduardo Lara Resende disse...

Passei por aqui, Adrianne. Gostei muito do blog e de alguns textos que li.

Abraço.